segunda-feira, 21 de novembro de 2011

SENTIDO DE AMAR


Sinto cheiro de amor
É rosa, perfume de flor
Cheiro de vento, num suspirar
Odor dolorido de amar.

O gosto do apego arde na língua
Como pimenta é abrasa-paladar
Colorido como tinta
Que sabor de vida, o de amar!

Alto, ouço gritar o coração
Vivo e forte, diz claramente:
Amar é pulsar de paixão,
É pura emoção.

Vejo, como arte, um sentimento materializado
Em cada canto, um amor altivo;
Percebo ilusões e aspirações
De um pobre coração cativo

Então, palpar a alegria do amor
É viver ora triste ora feliz
Ter odores e sabores, sentir calor
Ser um eterno aprendiz.

LIA CARVALHO  @liacarvalhoo

sábado, 16 de julho de 2011

A dona do meu reinado


 
Abri as portas da minha vida
E a ela permiti que nela se adentrasse

Estabeleceu um trono na minh’alma
De regras imperiosas, na mudez, ditadas

Ame-me – disse ela
E não se importe se não for amado

Fez-me recluso de mim mesmo
E circundou-me de fronteiras,
Fronteiras a si, de um lado,
Fronteiras a si, do outro também

Sou um súdito que ama, e talvez não seja amado,
Um rainha coroada para todo o seu reinado.

sábado, 9 de julho de 2011

Um, dois, três amores

Três amores
tive na vida
três dores,
profunda ferida.

O primeiro,
falso e interesseiro,
nasceu tão morto
quanto engano,
para quem não vi,
vivo,
ser tão querida.

O segundo,
sincero e verdadeiro,
fiz partir sorrateiro
levando meu sangue
a me sangrar saudade.

O terceiro,
algoz e traiçoeiro,
fez de mim o derradeiro,
o homem primeiro,
a viver sem querer a vida.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Eu e tu, não nós!

Eu,
sou a poeira da estrada
em que tu aventuraste a vida
destruindo os caminhos
e violentando o amor.

Tu,
és um soho ultrajado,
no qual, viver, seria vida
e morrer, ter vivido o amor.

Nós,
somos fogo e água:
enquanto um ao outro apaga,
o outro lhe faz vaporar.
Somos o que não começa,
o que não existe.
 e o que não tem fim.
Somos: eu sem você, você sem mim.

EU e "EU" (TUDO e NADA)

EU sou tudo o que tenho
perdido ante o nada que sou
do "EU" como a mim venho,
do EU, como a ti não vou.

"EU" nada é do que penso
do EU que de mim se perdeu:
"EU" é o meu inverso imenso
do espelho denso que já fora EU.